quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Ressurreição



Aqui à uns dias passava na televisão um documentário sobre a Ressurreição (1463-65), uma pintura de Piero della Francesca. Ora esta obra de arte, segundo autor do documentário, muito apreciada ao longo de todos estes séculos e inspiração para outros artistas, é a final ensombrada por uma grave falha. Se repararmos bem na pintura verificamos que um dos soldados (o terceiro da esquerda para a direita) não tem pernas. Ao que parece, este “erro”, passou despercebido ao longo de séculos aos olhos de todos. Segundo o autor do documentário, as pernas não foram pintadas porque não havia espaço para elas e a pintura é de uma tão grande genialidade que simplesmente elas não fazem lá falta. Fiquei encantada com o comentário… Para mim é uma prova do quão perto pode o Homem estar da perfeição, apesar de todos os seus defeitos próprios da sua condição. É uma magnífica mostra de inteligência e um exemplo a seguir. Afinal todos os dias somos impelidos a efectuar tudo com a maior das perfeições e na verdade nunca a alcançamos… E perdemos tanto tempo com isso… Antes concretizar o bom do que nos ficarmos apenas pelo desejo do óptimo. É uma boa filosofia de vida!

No fim do documentário pus-me a pensar… E se Piero della Francesca vivesse nos nossos dias? Com certeza não seria pintor, nada disso. Ele demonstra o típico comportamento de um engenheiro informático! Se não, vejamos:
  • começou um trabalho sem qualquer tipo de plano (provavelmente por ter sido pressionado), prova disso é a falta de espaço para desenhar a pintura completa;
  • a sua capacidade de desenrasque permite-lhe sempre arranjar um solução, não se pinta tudo e está feito;
  • conseguiu ainda assim iludir toda a gente, porque a coisa no geral até tinha bom aspecto e os bugs ficaram bem escondidos;
Cá está, típico engenheiro informático!!!

Saudações

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