sexta-feira, 11 de junho de 2010

Confissão Nº 2

Passaram uns meses desde a minha primeira posta sobre confissões e acho que estou em boa altura para assumir mais um dos meus tenebrosos segredos que ensombram a minha alma...
Desta vez será uma confissão dirigida ao meu Pai...
Eu sempre achei estranha a forma como os homens lidam com problemas sejam eles de mecânica, electrónica ou de outra coisa qualquer. Conseguem sempre arranjar uma explicação para o problema, e eventualmente até uma solução, ou pelo menos gostam de tentar :o). Aqui há uns anitos, uns cinco ou seis, o meu Pai, quebrou o pé de uma cadeira da nossa sala, assim sem lhe fazer nada de especial, arrastou e ela, estranhamente, partiu-se! Ora tal acontecimento motivou de imediato a sua curiosidade levando a estabelecer toda uma teoria sobre o dito acontecimento. "Ah isto partiu-se porque a cadeira já vinha com um problema, tinha aqui um nó na madeira, foi o que foi. E até é de admirar que não se tenha partido mais cedo! Isto não dava para ver quando se comprou blá blá blá....". Realmente essa coisa da madeira ter um nó até seria uma boa explicação, contudo, esse não foi o verdadeiro motivo pelo qual a perna partiu... Essa perna estava partida há anos! Mas vamos retroceder mais um pouco, até aos meus sete anos.
Uma bela tarde de Verão, esta eu e o meu mano sozinhos em casa, sem grande coisa para fazer quando, de repente, o meu irmão me lança um desafio irrecusável... Fazer uma corrida pela casa, uma corrida em que os carros seriam cadeiras, as cadeiras de madeira da nossa sala! De joelhos, agarrados as costas da cadeira era ver-nos pela sala fora quase que ao saltinhos... Que divertido que estava a ser! Até que, num movimento mais brusco um pé da cadeira parte-se!! Ups... Primeiro pensamento que nos ocorreu, temos de arranjar isto, se não quisermos levar uma valente coça! Era impossível esconder o estrago, por isso tínhamos mesmo de a arranjar... Nada de pânico! Afinal horas e horas das nossas vidas tinham sido passadas a ver episódios do MacGyver, para alguma coisa devia servir! E efectivamente serviu! Com uma bisnaga de super-cola e uma lata de graxa castanha, conseguimos ocultar os danos... Depois, escolhemos o sitio da mesa onde era raro alguém sentar-se e pronto. Passamos anos a evitar que alguém se sentasse naquele sitio,  eu ou o meu irmão ocupávamos aquele lugar quando era necessário, as limpezas eram sempre momentos aflitivos... Enfim, foram anos e anos de angustia! Até que, num dia em que não estava ninguém para a proteger, o meu Pai acabou por parti-la... Ufa que alívio!
E pronto esta é a verdade!
Resta-me apenas dizer que o meu Pai via os episódios do MacGyver com mais atenção do que nós... Ele conseguiu mesmo arranjar a cadeira :o)

Inté!

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